segunda-feira, 28 de março de 2016

Quênia x Mo

Quênia x Mo


       Os fãs de atletismo de alta performance esperaram ansiosos por esse dia, o da revanche. O duelo foi anunciado e seria a chance dos atletas quenianos descontarem a vitória de Mo Farah no último campeonato mundial, onde ele venceu os 5.000 e 10.000 metros. Dois dos atletas daquela ocasião, dos 10 mil, estavam alinhados novamente para a disputa, e eles, juntos com Mo, eram os favoritos: Geoffrey Kamworor e Bedan Karoki Muchiri. 



        O palco da disputa foi a Meia Maratona de Cardiff, no País de Gales, que dessa vez sediou o campeonato mundial da distância, contando com os melhores corredores de cada país e engrandecendo ainda mais o evento com uma bela demonstração de performance dos atletas que ali estavam. 
     Como sempre, os países africanos, em especial Quênia, Eritréia e Etiópia, marcaram presença no pelotão de frente, que ditou um ritmo alucinante até a linha de chegada. Os primeiros 5 quilômetros foram completados em 14'10, ritmo de 2'50 por km, e aí o pelotão tinha cerca de 15 atletas, entre eles Mo Farah, que recebia grande atenção.

                                      


     Daí pra frente, meu amigo...

     O pelotão liderado pelos quenianos disparou. Nele iam os favoritos, e Mo logo atrás. Do km 5 para o 10, fizeram simplesmente 13'49, ou 2'46 por km. É mole!? E assim completaram os 10 km para 27'59.
     Não satisfeitos, nos 5kms seguintes foram mais fortes ainda, completando em 13'42 ou 2'44 por km, passando o 15° km em 41'41. Mo Farah nesse momento já tinha ficado para trás e completou os 15kms em 42'03, novo recorde da Europa para a distância. O antigo melhor registro era de 22 anos atrás, de Jon Brown, que marcou 42'39 na ocasião.



     Após 10 quilômetros em 27'30 ou 2'45 de média (entre o quinto e décimo quinto km), aquele pelotão de cerca de 15 atletas, pouco a pouco transformou-se num duelo de atletas quenianos. 
     Geoffrey Kamworor e Bedan Muchiri seguiam na disputa entre equipe e na briga contra a chuva que chegou. Do km 15 para o 20, foi o trecho mais lento da competição, justamente por conta da chuva e ventos fortes. Geoffrey que no km 20 já estava com 8 segundos de vantagem contra o seu companheiro, completou em 14'24 o último bloco de 5km e seguia rumo a vitória.



     Nesse momento um segundo pelotão se formava. Nele, dois etíopes, Abayneh Ayele e Tamirat Tola, um queniano, Simon Cheprot e Mo Farah, que enfrentavam a forte chuva.

   Se lá na frente já sabíamos que a corrida não seria disputada em um sprint final, aqui poderíamos ter certeza que sim, pois já é mais que sabido: onde tem Mo Farah, tem sprint! 


 
  Voltando para o Geoffrey: não deu outra, o cara sagrou-se bi-campeão mundial da distância com seus 23 anos de idade, apenas 2 segundos mais lento que sua vitória anterior em 2014 e 16 segundos da sua melhor marca que é 58:54.
    Marcando 59:10 e pace médio de 2'48 por quilômetro, mais uma vez ele deu uma demonstração de talento e força, entre inúmeras já dadas, e mostra que vem com tudo para o Rio, onde integrará a equipe nos 10.000 metros, o que promete mais um espetáculo e um duelo contra o atual campeão.



    Bedan Karoki Muchiri, chegou logo atrás com 59:36 conquistando a prata e deixando na história uma das mais belas disputas que já vimos.



    
       Segundos depois, as atenções estavam na disputa pelo bronze, que na reta final trazia três corredores na briga, os etíopes e o atleta da casa.




      Mohamed Farah saiu vitorioso na disputa pelo terceiro posto, graças ao seu conhecido sprint final, completando os 21.097 metros em 59:59, o que não deu vantagem nem de 1 segundo para o quarto colocado, Abayneh Ayele, que pela primeira vez correu abaixo dos 60 minutos na distância. 
     Mo saiu derrotado no reencontro com os quenianos que ele havia vencido no último embate, e o desapontamento era visível. 


   
    
    E agora, como será o próximo encontro?

    Sigo aqui ansioso aguardando esse desempate. Não há dúvidas que estamos falando de possivelmente os dois melhores atletas da atualidade entre 10.000 metros e meia maratona, o que faz de nós espectadores ainda mais curiosos com o duelo. 
    Mo Farah, indiscutivelmente é considerado o melhor atleta de fundo da atualidade por muitos, com marcas incríveis desde os 1.500 até a meia maratona. Outros consideram Geoffrey, por ser o maratonista mais rápido da história." Como assim? O recorde não é dele, Léo!". Geoffrey é o maratonista ( foi segundo na última de Nova Iorque) mais rápido em 10.000 metros de todos os tempos, em atividade nas duas provas. Ano passado ele completou a distância em 26:52.65 (pace 2'41), e foi segundo no campeonato mundial nessa distância, perdendo justamente para Mo Farah.


Por enquanto está assim: 1X1.
  

Campeonato Mundial 2015/ 10.000 metros
Campeonato Mundial 2016/ Meia Maratona




      O Brasil também esteve lá com apenas dois representantes, Wellington Bezerra, mais conhecido como "Cipó" e Valdilene dos Santos a "Nininha". Fico triste com a delegação pequena, mas feliz com os resultados desses dois guerreiros que nos representaram muito bem. Cipó marcou 1:04:43, e ficou na 34° colocação, e Nininha 1:14:38 na 45°. Parabéns meu queridos!!!




Resultado Oficial:




Fotos: Getty Images e Jiro Mochizuki


         Agradeço a visita, desejo uma boa semana e peço que assinem o blog para que fiquem por dentro de tudo. Mais postagens no instragam @leonardorunnig e no meu facebook


      Se gostou, compartilhe com os amigos. Se tiver sugestões de matérias, só deixar um comentário. E é isso...



     Até a próxima!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

O poder japonês no atletismo


         Sempre que é falado sobre atletismo de alto nível, todos automaticamente lembram dos quenianos, etíopes, eritreus ou dos atletas africanos em geral. Para os mais "aprofundados" no assunto, lembram também da escola americana e de alguns países da Europa, mas o que poucos sabem é que a escola japonesa de atletismo pode ser considerada uma das três maiores do mundo, e não digo isso só pelo resultado de Yuki Kawauchi na última Maratona de Nova Iorque, que foi o sexto colocado e o primeiro atleta de origem não africana, desbancando grandes nomes da atualidade na distância, como Meb Keflezighi, por exemplo. A expressividade do Japão vai muito além de um resultado ou outro.



                  Eu adoro assistir as maratonas do Japão, pois são as mais numerosas do mundo se tratando de atletas de elite. É impressionante! 
             É comum ver cerca de 30 atletas correndo em bloco até o km 30 e correndo rápido, em pace médio próximo de 3 minutos por km. Todos em ritmo mais forte que o ganhador de qualquer maratona no Brasil. Pra ter uma idéia, na última Maratona de Tokyo, três atletas do país completaram a distância abaixo de 2:10:00. Masato Imai marcou 2:07:39. Um total de 30 atletas japoneses abaixo da marca de 2:20:00, e de 88 abaixo de 2:30:00. Sim, 88 atletas! 
             Mais uma vez comparando com o nosso país, o melhor colocado do ranking desse ano, Marilson Gomes, tem 2:11:00 feito na Maratona de Hamburgo. Sua melhor marca é 2:06:34 em Londres, 2011 (fonte: IAAF). 
             Um fato bem interessante a destacar, é a quantidade de vezes que os japoneses correram a maratona abaixo de 2:10:00 na história, um total de 127 vezes, segundo o site Letsrun.com (datado de 2013), contra 41 vezes dos atletas americanos. Hoje o número com certeza é bem maior! Acredito que só o Quênia e a Etiópia têm um saldo maior que esse. 




             Os resultados deles não se restringem somente às corridas de rua. Dias atrás em uma prova de pista eles mostraram o quanto devem ser respeitados lá também! 
         Kota Muruyama, de 22 anos, guiado por um pelotão de africanos, em especial quenianos, marcou simplesmente 27'29"69 nos 10.000 metros rasos, pace de 2'44 por km, se tornando o novo recordista do país, superando a marca do lendário Toshinari Takaoka, quem em 2001 marcou 27'35"09. Mas foi o único resultado do dia? Não! Tetsuya Ioroiazaka, de 25 anos, chegou na cola, com 27'29"74. Com esse resultado eles ocupam a 23° e 24° posições do ranking mundial da distância em 2015 (fonte IAAF, acesso em 08/12/2015).
          Ainda na mesma competição, Shuho Dairokuno, de também 22 anos marcou 27'46"55, seguido por Yuta Shitara, de 23 anos, com 27'53"84, de Tsuyoshi Ugachi, 27'55"02, Hiroyuki Yamamoto, com 27'55"40, pra completar a lista de 6 japoneses na mesma prova, e de 12 atletas no ano com marcas sub 28 minutos na distância, até agora. 


Kota Muruyama




         Agora cheguei onde eu queria chegar, a base, exatamente o que não temos aqui, e isso pode ser o grande motivo da diferença de nível entre eles e nós. Lá, os campeonatos universitários revelam os grandes atletas dos país. São competições realmente grandes, e pra mostrar um pouco de como é o negócio, lhes mostro o Campeonato Universitário de Meia Maratona dos caras do ano passado. É incrível!
         Para termos uma noção básica de nível, vou usar a marca de 1:10:00 na distância. Levemos em consideração uma de grande porte no Brasil e dificilmente temos 30 atletas correndo abaixo desse tempo. Nesse campeonato, mais de 500 atletas correram até esse tempo. Sim, QUINHENTOS ATLETAS. Beleza, é um tempo alto de corte? Vamos afrouxar isso então! Agora vamos usar a marca de 1:06:00, que da o pace médio de 3'07 por km, e temos 207 atletas batendo essa marca. Mais uma vez, sim, DUZENTOS E SETE atletas! Vamos dificultar ainda mais? Agora 1:03:00 (2'59 pace) como marca de corte, e temos 10 atletas. O campeão Hideto Yamanaka de apenas 19 anos marcou 1:02:09. 
         A 50ª colocação ficou com o tempo de 1:04:09, por Renya Sugiyama. A 100ª com 1:04:47, por Ryuta Seki. A 150ª, 1:05:29, Takahiro Ogawa. A 200ª, 1:05:55, Eishi Nakahira. 300ª, 1:06:48. 400ª, 1:08:02. 500ª, 1:09:21. E por fim, até 1:10:00, a 546ª colocação, com 1:09:59. 
        


               Enfim, melhor que dizer, é mostrar, e aqui ponho em vídeos a sequência da competição: 




Esse primeiro vídeo entrou para a lista dos que mais me impressionaram até hoje se tratando de corrida. Pra quem em algum momento duvidou do texto acima, essa aqui é a passagem do km 5. Alguém aí já viu em algum lugar algo parecido com isso?





Esse segundo vídeo é a passagem do km 17, onde já da pra ter uma idéia dos possíveis campeões. Após 1 minuto vem novamente aquele gigante pelotão.






E por fim, a chegada. É muito legal ver como esses caras se esforçam. Pelo vídeo da pra ver que todos chegam em esforço máximo, tentando acelerar até o último metro. É inspirador!





         O que dizer? Só tenho palmas a bater pra esses caras!



         Resumo do caso: temos muito o que aprender e crescer. O Brasil é um país gigante, com muito talento perdido por aí. Que tal o Japão como referência? Vamos sonhar!
               



        
          Espero que tenha gostado. Se gostou, compartilhe com os amigos. Se não curtiu algo, comente, e tentarei melhorar na próxima. E já falando dela, não deixe de voltar, pois será com o nosso grande Marilson Gomes dos Santos, numa matéria show de bola, ou melhor dizendo, de corrida! rs 


         
         Um grande abraço e até lá!
         











domingo, 27 de setembro de 2015

Maratona de Berlin e as palmilhas protagonistas


       O "mundo running" estava de olho, pois ninguém queria perder a apresentação desses caras na maratona mais rápida do mundo. E todos viram, mas não só os atletas tão esperados, viram também as palmilhas agora mais famosas de todos os tempos.




    O start list vinha com nomes de peso, entre eles Geoffrey Mutai, Emmanuel Mutai, Feysa Lilesa e Eliud Kipchoge como favoritos. A expectativa era de quebra de recorde. Coelhos foram contratados para perseguir o ritmo de 2'55 por quilômetro até o km 30 e a partir daí os atletas seguiriam sozinhos. O ritmo ficou realmente muito próximo do programado. Dennis Kimetto quando bateu o recorde ano passado, passou a meia maratona com o tempo de 1:01:45, e hoje o grupo líder estava apenas 8 segundos mais lento nessa altura da disputa. Nos 25km Kimetto marcou 1:13:08, Kipchoge hoje 1:13:24. A partir daí já dava pra perceber que não seria uma tarefa tão fácil continuar perseguindo o recorde. Na marca dos 30km Kipchoge e companhia estavam 33 segundos mais lento e essa diferença começaria aumentar ainda mais mesmo com um breve sprint de Kipchoge para abrir dos adversários...


    Além da bela disputa pelas quatro primeiras colocações, o mundo estava de olho num detalhe jamais visto antes (pelo menos por mim). Antes da metade da prova elas deram as caras, "as palmilhas protagonistas". Sim, as palmilhas! De repente formou-se pequenas "asas" nos tênis de Kipchoge e a expectativa sobre o que ele faria para se livrar do problema. O que ele fez? Seguiu em frente como os campeões que seguem rumo ao lugar mais alto do pódio enfrentando todas as adversidades que aparecem. Sim, o ritmo caiu no final e muita gente atribuiu a queda de ritmo com o problema nos tênis. 




    Não deu recorde mundial, mas mesmo com 1 minuto e 3 segundos a mais que o compatriota Kimetto, Eliud Kipchoge venceu, fez o seu recorde pessoal e a 6° melhor marca de todos os tempos, 2:04:00, o que da ritmo médio de 2:57 por quilômetro. Com isso, na minha opinião, ele se torna o atleta mais regular da atualidade, vencendo 5 das 6 maratonas que disputou, entre elas Chicago e Londres. Sua única "derrota" na distância foi em 2013 quando marcou 2:04:05 em Berlin também e chegou atrás de Wilson Kipsang que na ocasião bateu o recorde mundial com 2:03:23.


    Para completar o pódio Eliud Kiptanui marcou 2:05:21 e Feyisa Lilesa da Etiópia, 2:06:57. Emmanuel Mutai foi o quarto colocado com 2:07:48 e logo atrás Geoffrey Mutai, 2:09:29. Em sexto o canadense Reid Coolseat marcando o excelente tempo de 2:10:28. O primeiro alemão veio logo atrás com 2:10:31, Koen Naert.



     
    A disputa feminina foi vencida pela favorita Gladys Cherono do Quênia que marcou 2:19:25, seguida por Aberu Kebede (2:20:48) e Meseret Haitu (2:24:33) ambas da Etiópia. 







    Confira o resultado completo nos links abaixo e veja também a potência de outros países que são pouco falados: 



    
    O nosso representante mais bem colocado foi o Vagner Noronha, que completou a distância em 2:20:16, fez a sua melhor marca na distância e chegou na 50° colocação. ( Olha o nível da prova!!!) Parabéns Vagner! 





    Em alguns dias a maratona da vez será a de Amsterdã, a qual receberá um grande número de brasileiros também, e entre eles alguns amigos e outros conhecidos. Para todos desejo um excelente final de preparação e que seja a melhor da vida de vocês!!
   E pra você que gosta de acompanhar sobre o nosso esporte, não deixe de voltar, pois farei uma matéria sobre ela também!

  

    Aqui deixo um grande abraço, agradeço pela visita e desejo um ótimo dia cheio de alegria e divertimento. Kipchoge mandou um brinde à vocês!



       

domingo, 13 de setembro de 2015



Foi briga de gente grande!


   
          Apesar de tantos nomes fortes anunciados, eu acreditava que a briga pela vitória na Morison's Great North Run ficaria entre esses dois caras, Stanley Biwott e Mo Farah, e ficou!
       Stanley havia corrido 59:20 esse ano e era o líder do ranking mundial até o momento e venceu há poucos dias uma meia aqui pertinho de nós, a meia de Bogotá, com o tempo de 1:03.15, a 2625 metros de altitude em relação ao nível do mar. Mo Farah, recordista da Europa com 59:32, atual campeão da corrida e com o status de bi-campeão mundial em duas distâncias conquistado dias atrás.

       Foi dada a largada e esses caras partiram ferozmente...
       Passaram os 10 quilômetros com 28:45, ainda num grupo de atletas. Mas nos 15km já passaram sozinhos com o tempo de 42:29. A partir daí Biwott tomou a frente e tentou abrir. Parecia que ia conseguir, mas Mo Farah resistiu e seguiu marcando-o até os metros finais para o bote. E o fez! Com sua chegada que já conhecemos, atacou nos 200 metros finais e venceu. Marcou 59:22, apenas dois segundos a frente de Biwott. Pace de 2'48 por km. É mole?


       Veja os momentos finais da disputa:


   
          Em terceiro veio MIke Kigen do Quênia, marcando 1:00:10, seguido por Stephen Mokoka da África do Sul, com 1:00:40.

No feminino deu Keitany novamente




        Mary Keitany, a grande corredora do Quênia, a qual sou muito fã, não deu bola para as adversárias e líderou desde o início, passando os 10km pra 32:16. No 21km marcou 1:07:32, ritmo de 3'12 por km, e conquistou a sua 12° vitória consecutiva na distância. Em segundo veio Gemma Steel, 1:11:00, e Jelena Prokopcuka logo atrás, 1:11:52.



     Sem dúvida alguma Mo Farah é o corredor mais versátil do momento, vencendo e batendo recordes em diversas distâncias, desde o meio fundo ao fundo. E agora, qual será a sua próxima grande demonstração de seu talento?
     E a maratona, quando correrá novamente?
     Aguardemos os próximos capítulos!


Fontes de imagem: IAAF



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    Grande abraço e grato pela visita!







quarta-feira, 8 de julho de 2015

Mais uma vez ela: Genzebe Dibaba



       Ainda é recente o seu grande feito nos 5.000 metros da Diamond League Paris, onde marcou 14:15.41 nos 5.000 metros e assegurou a quarta colocação no ranking histórico da distância. Agora, apenas 4 dias após o seu grande feito, a atleta da Etiópia coloca o seu nome em mais um ranking de todos os tempos, o dos 1.500 metros rasos.
      Foi nessa tarde, no Meeting Internacional da Federação Catalã de Atletismo. Dibaba marcou 3:54.11 ( pace de 2'36). Novo recorde africano e melhor marca do mundo desde 1997. Com o seu novo recorde ela ocupa a nona colocação no ranking de todos os tempos da distância.
     A segunda colocada, atleta da Espanha, Solange Pereira, completou a prova em 4:12.42.
      
     Melhor do que lendo, só vendo. Não é?
     Então aí está:





      Uma curiosidade é que nas primeiras posições desse ranking estão 6 chinesas, 1 russa e 1 romena.
      O recorde é da chinesa Yunxia QU que marcou 3:50.46 em 1993.




      Aguardemos por mais, pois ainda temos mais etapas da Liga Diamante, onde ela estará competindo.




    Parabéns Dibaba!!!

domingo, 5 de julho de 2015

Ayana X Dibaba





       Os duelos... Ah, o que seria da corrida sem eles?

       Sim, é bonito ver um atleta vencendo "sem dificuldades", mas é muito mais bonito e emocionante ver aquelas chegadas disputadas, as expressões de esforço e a incerteza de quem será o vencedor. E foi assim nos 5.000 metros rasos feminino da Liga Diamante em Paris.


       Dias atrás foi anunciado o start list dessa prova e com ele a certeza de que seria um dos mais belos duelos da temporada, pois ali se encontrariam as duas mulheres mais rápidas da atualidade na distância. A etíope Genzebe Dibaba, caçula da família Dibaba, que vem colecionando títulos e recordes (recorde de pista coberta: 14:18.86) , e Almaz Ayana, que é dona da melhor marca do ano e da terceira melhor de todos os tempos, 14:14.32. O que poderíamos esperar? Emoção! E assim foi...





      Durante a disputa ficou claro a superioridade das duas. Ayana, detentora do melhor tempo, seguia na frente, sendo ultrapassada poucas vezes por Dibaba que a marcava passada a passada.

      Os 1.000 metros foram abertos pela atleta da Ucrânia, Tamara Tverdostup, com 2:54.12, e a partir daí o ritmo ficou por conta de Ayana, com passagem de 5:38.98 nos 2.000 metros, 8:36.17 nos 3.000 e 11:28.33 nos 4.000 metros. Aí entrou em cena a Dibaba caçula com uma chegada impressionante! Ao toque do sino ela disparou, e a última volta foi completada em 61 segundos. Sim, ritmo de 2:33 na última volta! Assim completou os 5.000 metros em 14:15.41, pace de 2'51 por km, e que com esse tempo agora ocupa a quarta colocação no ranking de todos os tempos. Ayana chegou logo atrás, completando em 14:21.97.





          O resultado final foi:


      1- Genzebe Dibaba (Etiópie): 14:15.41
      2- Almaz Ayana (Etiópia): 14:21.97
      3- Mercy Cherono (Quênia): 14:34.10
      4- Viola Jelagat Kibiwot (Quênia): 14:34.22
      5- Senbere Teferi (Etiópia): 14:36.44
      6- Gelete Burka (Etiópia): 14:40.50
      7- Faith Kipyegon (Quênia): 14:44.51
      8- Alemitu Haroye (Etiópia): 14:44.95
      9- Belaynesh Oljira (Etiópia): 15:05.19
      10- Betsy Saina (Quênia): 15:07.90
      11- Karoline Grovdal (Noruega): 15:15.49
      12- Azemra Gebru (Etiópia): 15:15.77
      13- Netsanet Gudeta (Etiópia): 15:31.25
      14- Saeed Mohammed (UAE): 15:43.15






       O recorde atual da distância é da irmã mais velha da Genzebe, a Tirunesh Dibaba, que marcou 14:11.15 em 2008. Na segunda posição vem Meseret Defar, também da Etiópia, com 14:12.88, do mesmo ano do recorde. Em terceiro, a Ayana e agora em quarto lugar a Genzebe. O que podemos esperar?
      Creio que é possível a quebra desse recorde num futuro próximo, pois temos a terceira e quarta colocadas do ranking de todos os tempos em atividade. E melhor ainda: duelando, para a nossa alegria!
      Vamos torcer!





terça-feira, 12 de maio de 2015

Morrisons Great Manchester Run, um dos 10km mais rápidos do mundo.



     Dias atrás quando foi anunciado o start list dessa prova eu tinha certeza que seria um espetáculo - e não poderia esperar algo diferente!
     Uma prova de 10 quilômetros das mais rápidas do mundo, os melhores da atualidade e um tiro de largada... Deu no que deu!
     Recorde mundial e quatro atletas correndo abaixo dos 28 minutos. Simplesmente!

    O mais famoso da lista é o etíope Haile GebrSelassie de 42 anos, que da o "toque especial" das grandes corridas pelo mundo. Outra presença importante, na casa dos 40 também, porém mais jovem do que nunca,  o americano Bernard Lagat ( esse vem batendo recordes desde o início do ano).O queniano Wilson Kipsang, ex-recordista mundial da maratona e segundo colocado na Maratona de Londres dias atrás. Leonard Komon, o recordista mundial dos 10km... e por aí vai... só os tops!


   Essa corrida é famosa pelos tempos fortíssimos. Exemplo de Micah Kogo em 2007 que marcou 27 minutos e 21 segundos, e Haile em 2005 com 27 minutos e 25 segundos. E esse ano não foi diferente. Teve recordes batidos e tempos próximos ao do recorde da prova.

A classificação final foi a seguinte: 

1- Stephen Sambu (KEN) - 27:30
2- Stephen Mokoka (RSA) - 27:38 (Personal Best) 
3- Bernard Lagat (USA) - 27:48 (Personal Best & WR + 40)
4- Wilson Kipsang (KEN) - 27:53
5- Leonard Komon (KEN) - 28:19
6- Tesfaalem Mehari (ETH) - 28:23 (Personal Best) 
7- Andrew Butchart (GBR) - 29:09 (Personal Best)
8- Ross Millington (GBR) - 29:11 (Personal Best)
9- Jonathan Taylor (GBR) - 29:19
10- Mark Christie (GBR) - 29:20 (Personal Best)
11- Ryan McLeod (GBR) - 29:23
12- John McDonnell (AUS) - 29:29
13- David Nillson (SWE) - 29:45
14- John Beattie (GBR) - 29:52
15- Kevin Seaward (GBR) - 29:54
16- Haile GebrSelassie (ETH) - 30:05
17- Lee Merrien (GBR) - 30:08
18- Joe Bailey (GBR) - 30:20
19- Graham Rush (GBR) - 30:26
20- Tewolde Mengistead (ETH) - 30:29
       



Os três primeiros colocados 


      O Campeão foi o queniano Stephen Sambu, mas pra mim, as atenções especiais devem ir para Bernard Lagat. Impressionante a longevidade desse cara!
     Lagat é conhecido por sua presença nas provas de pista, onde fez uma carreira brilhante e a mantém até hoje. Ele é um dos caras mais antigos em alto nível que eu conheço, e depois que entrou para casa dos 40 vem batendo recorde atrás de recorde, assim como fez nesses 10 quilômetros. A antiga melhor marca na distância acima dos 40 anos era do etíope Haile GebrSelassie, que foi batida por 12 segundos. Só pra termos uma idéia do ritmo, 27:48 nos 10km da uma média de 2:46 por km. Isso mesmo! Ou 21.5 km/h pra quem quiser tentar fazer na esteira... Brincadeira! rs




Bernard Lagat



   Ainda falando desses jovens de outro mundo... Notícia triste para os fãs desse monstro do atletismo! Haile que foi o 16° colocado anunciou sua aposentadoria após a competição. Ele completou a distância em 30:05. Sim, um rendimento abaixo do esperado por nós, mas o que não deixa de ser uma marca excelente. 
   Dizem que ele tem mais, mas o oficial é 42 anos, e mais ou menos 25 de carreira, onde esteve sempre entre os melhores do mundo e bateu mais de duas dúzias de recordes mundiais.
   Com certeza inspirou e inspira muita gente, e sem dúvida nenhuma vai fazer muita falta para nós fãs. Muito obrigado Haile!






         No feminino não foi diferente. Excelentes tempos foram computados e elas brilharam!
         A Briga foi bonita. Duas quenianas e uma inglesa levaram a disputa para os metros finais e a classificação final ficou assim:

1- Betsy Saina (KEN) - 31:49
2- Gemma Steel (GBR) - 31:55
3- Edna Kiplagat (KEN) - 31:57
4- Caroline Kilel (KEN) - 32:18
5- Diane Nukuri-Johnson (BDI) - 32:27
6- Jelena Prokopcuka (LET) - 32:33
7- Fionnuala Britton (IRL) - 32:56 (Personal Best)
8- Tiki Gelana (ETH) - 33:12
9- Jessica Coulson (GBR) - 33:15
10- Jo Pavey (GBR) - 33:21
11- Michelle Ross-Cope (GBR) - 33:40
12- Emma Clayton (GBR) - 33:57
13- Beth Potter (GBR) - 34:25
14- Faye Fullerton (GBR) - 34:34
15- Jenna Hill (GBR) - 34:40
16- Ann-Marie McGlynn (IRL) - 34:52
17- Emily Whitmore (GBR) - 36:00
18- Helen Glover (GBR) - 36:58
19- Fiona Davies (GBR) - 37:15
20- Louise Gardner (GBR) - 37:30



A campeã cruzando a linha de chegada e logo atrás a segunda e terceira colocadas brigando.

       Algo muito importante a ser reparado, tanto no masculino e no feminino, é o nível dos atletas ingleses. Fortíssimos! E não são poucos!
     
   

        Aqui no Brasil temos uma parecida. A queridinha dos atletas, que parece ter sido feita para a quebra de recordes. Ela, a Tribuna FM de Santos acontece nesse domingo e promete levar os melhores corredores brasileiros da distância. 
Não sou dos melhores, mas estarei lá também e contarei como foi.

       Deixo aqui minha torcida para todos que vão competir, não só lá, mas em qualquer lugar! 








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       Se não gostou, mande um recado. Prometo tentar melhorar! rs

Um grande abraço aos amigos, e não deixem de voltar!
Até a próxima!

Leonardo Santana.